Há algo de novo nas universidades desse país. Os estudantes retornaram à via das lutas e encontraram o caminho rumo as reitorias, para ocupá-las. Os gritos de indignação, que antes estavam presos nas gargantas, agora ecoam nos corredores. Não dá para negar. Nós estudantes tomamos de volta o direito de sonhar. Sonhar com uma educação de qualidade; sonhar com uma nova sociedade.
De 2007 para cá, os estudantes voltaram a estampar as páginas dos jornais com as ocupações de reitoria. A apatia foi substituída pela euforia e o novo está surgindo. O coletivo Reviravolta é fruto e reflexo desse novo movimento estudantil. Novo em seus métodos e em seus desafios, mas que retoma os princípios que foram abandonados por aqueles que hoje estão no poder, como Lula, a CUT e a UNE.
Na nossa UFS já tivemos provas de que o novo também está aparecendo. Pela primeira vez na história, dissemos não à humilhação e ocupamos a reitoria por doze dias em resposta à fome que era imposta aos residentes. Os estudantes voltaram a ter confiança neles mesmos e, desde então, reaprenderam a responder a altura aos que diziam que reivindicar por direitos era perda de tempo. O coletivo Reviravolta representa o novo.O que propomos é que juntos remexamos a estrutura da UFS. Que digamos não à essa reforma universitária que reboca alguns muros e destrói sonhos. Que construamos uma nova universidade, que sirva de fato aos trabalhadores, que produza conhecimento para as demandas do povo e não para os interesses do mercado.
Mas para que possamos avançar na construção do novo, é preciso deixar claro quem são nossos aliados e quem não está mais do nosso lado. É fato que a UNE hoje está morta para as lutas. Mas está vivinha da silva na hora de defender todas as imposições do Governo Federal. Infelizmente, a UNE recebe hoje grana de grandes empresários para bancar os seus congressos. A cúpula, que a dirige por mais de 20 anos, transformou essa entidade histórica num mero aparato burocrático à disposição de Lula.
Em resposta a isso, estudantes de todo o Brasil, contando inclusive com apoio de outros estudantes da América Latina, fundaram uma nova entidade, a Assembléia Nacional dos Estudanes – Livre (ANEL). A UNE não é mas reconhecida por aqueles e aquelas que lutam. Por isso, é necessário construir uma nova alternativa que unifique as nossas forças nacionalmente. O Reviravolta convida você a construir também esse momento histórico que o movimento estudantil vive. Venha construir a ANEL. venha construir esse novo movimento, democrático, independente que atua em conjuto com os trabalhadores. Nossa esperança retomou fôlego, porque o novo sempre vem...
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