sábado, 8 de agosto de 2009

RESUN NÃO É ESMOLA

POR UM RESTAURANTE COM QUALIDADE!

Estudantes dos campi do interior também reivindicam esse direito


Lombo de porco estragado, talvez o feijão ou o óleo reaproveitado várias vezes. Muitas podem ter sido as causas que levaram mais de 20 pessoas a passar mal após terem comido no Restaurante Universitário (RESUN). O fato se deu em abril deste ano, mas não foi a primeira vez que coisas do tipo acontecem. Esse descaso é um sintoma. Essa é a maneira como são tratados os estudantes e trabalhadores da UFS pela reitoria.


O pessoal da cozinha até que se esforça, mas fica difícil fazer uma comida decente com aquelas condições e com os direitos trabalhistas encolhendo a cada dia. Os trabalhadores, por exemplo, correm risco de queimaduras graves para limpar os talheres e bandejas. Ainda por cima, existe uma lei que impede que novos funcionários efetivos sejam contratados para o RESUN. Para ficar pior ainda, de acordo com matéria publicada por estudantes de Jornalismo da UFS, dos 20 trabalhadores que metem a mão na massa no restaurante, 10 já estão pra se aposentar.


Não é difícil também ver baratas passeando no refeitório. O risco de infecções é constante. Enfim, a coisa não vai nada bem. Mas, segundo o grupo que dirige atualmente o Diretório Central dos Estudantes (DCE), nós já arrancamos uma grande conquista ao ser tirada a carne moída do cardápio (???). É esse mesmo grupo que defende com unhas e dentes a União Nacional dos Estudantes (UNE). Chega de sermos feitos de idiotas. Está na hora de dar um basta nisso!


Novos Campi

De 2007 pra cá, a UFS criou mais 3 novos campi: Itabaiana, Laranjeiras e, recentemente, o campus da Saúde em Lagarto. Nos dois primeiros casos, só a mobilização dos estudantes foi o que garantiu um pouco mais de estrutura para os locais. E no novo campus em Lagarto, não será diferente.


Em Laranjeiras, por exemplo, a galera passou mais de 2 anos tendo aulas em metade de uma escola infantil, que obviamente não oferecia nenhuma condição para as disciplinas práticas. Foram necessárias uma paralisação e uma ocupação de reitoria para que o mínimo de respeito fosse conseguido. Mas ainda há muitas coisas a serem conquistadas. Uma delas, é um RESUN. Hoje, se quiser almoçar por lá, é preciso desembolsar 4 reais. Também em Itabaiana, já passou da hora de ser construído um RESUN.


No campus em que funciona o Hospital Universitário, o prato do almoço sai em média por 6 reais. Como é que a reitoria tem a cara de pau de dizer que ampliou o acesso à UFS, que agora os filhos e filhas dos trabalhadores poderão estudar na universidade pública, se eles e elas não têm nem como comer?


No ano que vem, começarão a entrar na UFS estudantes pelo sistema de cotas. É uma pena que os nossos novos colegas não receberão as boas vindas da reitoria. Receberão um restaurante vergonhoso, uma biblioteca sem livros, bolsas de pesquisa insuficientes, uma sucata com nome de universidade. Se agora somos muitos, então queremos mais condições também.


Expansão

O Reuni, programa do governo Lula que suborna as universidades para que essas aumentem o número de vagas na marra, é muito vago quando se fala de assistência estudantil. Enquanto o plano de adesão da UFS ao Reuni pretende destinar mais ou menos R$ 15.000.000,00 para equipamentos e edificações, para a assistência estudantil foi separada a verba exorbitante de... NADA! Isso mesmo, zero reais.


O texto do plano de expansão da UFS limita a assistência estudantil a bolsas. Muitas dessas bolsas , na prática, colocam o estudante como um quebra-galhos mal pago, como a bolsa-trabalho que bota um estudante de Letras para entregar papéis. O pessoal que guarda sua mochila enquanto você almoça no RESUN recebe metade de um salário mínimo para trabalhar quatro horas por dia. Enfim, são coisas que não acrescentam em nada na formação acadêmica e só servem de pretexto pra explorar o estudante. Isso sem falar nas chantagens às quais os bolsistas são submetidos por diversas vezes.


Acontece que assistência estudantil é bem mais que isso. Nem só de paredes e concreto vive uma universidade. Para garantir que, de fato, os trabalhadores e trabalhadoras e seus filhos e filhas tenham acesso à universidade, precisamos de atendimento médico de verdade, creches para filhos de estudantes e trabalhadores, moradia universitária. Precisamos de um restaurante com qualidade. Precisamos de respeito!!!


POR UM RESUN COM QUALIDADE!!!

· Pela construção de Resun em todos os novos campi

· Pela redução do preço da refeição no Hospital Universitário.

Um comentário:

  1. Para um RESUN digno e de qualidade precisamos:

    1. Bandejas limpas e sem traços de sujeira incrustada.
    2. Talheres limpos e organizados por tipo (garfos, facas, colheres).
    3. Sucos com proporção adequada água-polpa, acondicionados em máquinas próprias para sucos - com refrigeração e circulação automática.
    4. Recipientes (rechaud) limpos e em bom estado para os alimentos que estão sendo servidos.
    5. Ter onde apoiar adequadamente as bandejas quando os alimentos estão sendo servidos.
    6. Refeições balanceadas e criteriosamente analisadas por nutricionistas.
    7. Refeições saudáveis que não mais encadeiem casos de mal digestão, infecções e picos de hipertensão nos usuários.
    8. Sobremesa (ex: uma fruta)
    9. Ter sempre algumas opções de salada/acompanhamentos por refeição
    10. Redução de filas de acesso aos alunos .

    Não nos iludamos! Essas seriam exigências mínimas para dar ao nosso RESUN a dignidade que qualquer dito "Restaurante Universitário" deveria ter. Tomemos como exemplo o RU da UFSC http://www.ru.ufsc.br/

    ResponderExcluir